domingo, 31 de julho de 2011

Seria nossa vida um elefante branco?

O que seria pior: Encontrar em seu caminho um leão faminto ou um elefante enfurecido?
Se por um lado há aquele que chamam de rei das selvas, com suas presas afiadas e sua agilidade, prestes a devorar-nos, do outro temos o peso dos elefantes, que com uma simples patada nos esmagaria sem pensar duas vezes. Ainda assim, prefiro eu encontrar-me de cara com o leão. O leão, traz consigo a personalidade de valentia, sua imagem é associada à justiça, poder e força (prova disso é que os leões são simbologicamente retratados em brasões de várias familias ao longo da história). Sempre voraz, associado a vitória, e batalhas, essa romantizada arte que é a guerra, não nos releva o sangue, a dor, e a carnificina, tornando o sangue derramado pelo leão como uma espécie de justiça sobre a terra. Logo a fúria de um leão, é a fúria dos justos. Porém o leão já vive pronto pra guerra, que justiça há nisso?!

Os Elefantes (sim, estes adoráveis exemplos de paquide
rmes) trazem junto à si, a idéia de paciência, cooperação e força. À passos lentos, a manada segue junta e ninguém fica para trás. Não se alimentam de carne, não derramam sangue alheio. Exercem uma forte influencia sobre o meio ambiente, pois mantém árvores e arbustos, sob controle, permitindo que as pastagens dominem o ambiente. Em épocas de reprodução, eles ficam agitados (mas quem não fica? rs).

Porém ainda assim, mesmo com todas essas disparidades o elefante ainda é subjugado. Certa vez, fui ao circo, e lá chegando uma das primeiras coisas que me chamou a atenção foi um elefante preso à uma estaca de madeira comendo tranquilamente um capim. Logo após, durante o espetáculo, o animal teve de entreter a platéia com demostrações de disciplina, força e
(de um modo bem incomum) graciosidade. Aí então ele pôde voltar pra sua vida, pra sua estava e sua corrente envolta do pescoço. Pois bem, me perguntei, o que é uma pequena estaca de madeira comparado ao tamanho daquele animal?! Porque ele se submete à isso?! Porque simplismente não usa parte da força que ele utiliza no espetáculo, e rompe aquelas amarras?! Ele simplismente nos fita com aqueles olhos de conformidade e vive sob o julgo dos chicotes, como um escravo no antigo Egito.

O que ocorre é que o elefante não escapa do circo pois ele é preso à estaca ainda quando pequeno. Pense em um elefante com 2 mes
es, ou 3 meses no máximo, preso com uma corrente nas patas ou no pescoço! A corrente é pesada ainda para ele, por isso ele cresce com essa idéia de confirmidade na cabeça, e só tentará romper a corrente em momentos muito extremos, onde ele perceba que a sua vida está ameaçada, como por exemplo um incêndio.

Todos os dias quando acordo fico imaginando se ainda sou esse elefante preso à um estaca. Devo ser. Todos são! Todos! Não apre
ndemos ainda a romper certos dogmas, paradgmas, ditados, deveres. No fundo, por não saber medir e prever a consequência dos nossos atos, ainda temos medo. Não arriscamos, não ousamos saltar sem paraquedas por medo de nos esburracharmos no chão, porém esquecemos a sensação do vento no rosto, de não estar preso, e esquecemos também que a queda virá, ela é inevitável. Ficamos assim, com aquela sensação de incompletude, de vazio dentro do peito. E assim fazemos de nossa vida um elefante branco indiano.

Essa expressão vem de um reino antigo, em Sião (atualmente na região da Tailândia). Quando um cortesão caía em desgraça, o Rei o presenteava com um elefante branco. Sendo um animal sagrado, não podia ser posto para trabalhar. Sendo um presente do Rei, não podia ser vendido, e nem podia ser recusado. Matá-lo então, estava fora de cogitação. Restava então ao cortesão, cria-lo alimenta-lo sem nada receber em troca. Pensemos então, em algo que é muito importante em nossas vidas:

-Vivemos nossas vidas para quem? ... Realmente a levamos do modo como queremos levar? ...

abraços!

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