sábado, 28 de agosto de 2010

O Deserto dos Homens!



Entre as dunas e as nuvens, todo homem precisa seguir em frente. Ter um momento pra si mesmo, e pra tudo que ele encontrar a sua frente no meio do deserto. É necessário que, ele sinta seu corpo tão leve que não afunde na areia, e tão pesado que não se deixe levar pelo vento.
Eu acho que ele sabia disso quando foi embora. Ele estava muito sereno, sábio de si. Homem de poucas palavras, conheci o João do Céu, quando era apenas só João Mota Celestino. Não tinha estado civil, amava como um casado, e sorria como os bon-vivant amantes da vida.
Vivia sua vida corretamente, não era homem de vicios ruins. Bebia vez em quando pra socializar, deixar fluir os pensamentos armazenados pelo cotidiano. Não tinha filhos, nunca soube se nao se sentia pronto pra ser pai, ou se não queria deixar os seus melhores pra um mundo tão inglório. O caso é que quando eu conheci, ele estava estafado de tudo que conhecia, de todos que convivia. Queria amar alguém, sentir a junção do corpo e da alma em um beijo. Mas ainda que só ele estava bem, tornou-se o seu melhor amigo, então, satisfeito de si mesmo, estava pronto a doar o que havia de melhor aos outros. Estava satisfeito consigo, o que queria não era aprovação de alguém sobre seus atos, era o simples fato de fazer alguém feliz.
Perguntei certa vez a ele, o que havia ocorrido pra um pacato cidadão comum, que nunca viajara pelo mundo, e que não passava da casa dos 30, tivesse a sabedoria dos tempos e lugares. Ele não me disse, apenas me mandou procurar um deserto em mim, e no dia que eu fosse capaz de fazer brotar um Oasis no meu peito eu entederia. Essas jornadas de auto-conhecimento pra mim sempre foram um pé no saco. Não que eu achasse uma exrema bobagem, mas que eu nunca sei quando começar e quando terminar.
Contudo, entrei nessa bendita auto jornada, e realmente eu descobri o deserto dos homens, nao ao contrário do que se imagina o deserto não é sinonimo de solidão, e sim de liberdade através do silêncio. Não sou fera selvagem como pensa aristóteles, mas reservar um tempo pra si mesmo é reconfortante. E isso nos traz fé, queria eu ser como João do Céu, encontrar nas areias o tempo necessário pra se deixar levar!

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