segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Acordar um pouco mais tarde


Eu tentei entender e não consegui, deixei pra lá! O carnaval exibido na TV não tem tambores tão fortes como o que eu tenho dentro do peito. Meu coração revirou a poucos instantes, ararinha dorme uma hora dessas tranquilamente. Dorme feliz (ou não) mas dorme. E eu acordado, na corda digital. Assistindo a sonhos de outras pessoas. Tragédias e realizações, esse excesso de liberdade me sufoca profundamente.

Eu penso em meus sonhos como um passarin' , que nasceu livre, e com o tempo foi se aprisionando nas gaiolas de minha cabeça. Eu criei cada labirinto tão terrível, que tem horas que eu penso que ela já desistiu de buscar a saída. Troquei minhas penas por asas mecânicas, turbinas e piloto automático, cortando nuvens. E ainda sobre as nuvens, andei refletindo sobre o peso das nuvens. Refleti e observei pesando os passos pra caminhar lentamente. É preciso ter tempo pra apreciar melhor a miséria da vida. fico me perguntando - as nuvens existem pra nos lembrar o quão impuro e pesado somos?Às vezes penso que a humanidade é uma cobaia de uma experiência mal sucedida. Mas Deus não erra, e por sua benevolência continuamos vivos e nos pondo a prova.

A minha melancolia está com a densidade de uma nuvem carregada, eu consigo vê-la à olho nu, e a desgraçada não se deu nem ao trabalho de fingir não existir. Ela me cerca, me ronda e me vela. Cria em mim a apatia pela vida alheia, o desinteresse pelos sorriso, abraços e afagos daqueles não dou relevância. Mas calma lá, quem sou eu pra julgar quem é bom ou ruim pra mim? Eu sou um ninguém. E ninguém pode definir o que é bom ou ruim, certo ou errado, o que é gozar por prazer e gozar com amor. Logo, eu sou suficiente pra não me contentar e querer mais.

Eu preciso dormir. acordar um pouco mais tarde, envolto em braços que me protejam. beijos de amante, beijos de amado, beijos de meu bem.

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