sábado, 18 de fevereiro de 2012

Um café, por favor!


Um café.

Acordei 4:40 da madrugada. Os olhos ainda pregados e o corpo pesando uma tonelada. Apesar do calor quase insuportável que fazia no quarto, a casa é bastante fria, o piso frio logo me trouxe a realidade: mais uma noite de insônia. O tom meio acinzentado das paredes de minha casa não me deixaram mais feliz em ter acordado no meio da madrugada. A coragem que me faltava pra levantar da cama chegou instantaneamente assim que lembrei do velho companheiro das madrugadas. Fui a cozinha, eu precisava de um café.
Não pense caro amigo, que era um café qualquer, era o meu café. Desde que ela foi embora, as coisas ficaram mais sem graça por aqui. Minha casa está um verdadeiro mangue. Em cima da mesa as latas e garrafas de cerveja se amontam, a diarista vai querer me ver morto eu tenho certeza! (rs) Os prato acumulados na pia, e algo cremoso em uma panela sobre o fogão que não sei mais dizer o que é. Esse é o estado lastimável em que eu me encontrava há cerca de 10 horas atrás.
Abri o armário, peguei uma panela, o pote de café e uma colher, na geladeira peguei o açúcar, e como de costume meus dedos esfregando os meus olhos. Enquanto fazia o meu café, a casa vazia foi invadida pela voz deliciosa de Etta James (at last) , fazia tempo que eu não curtia essa solidão. Andei tanto tempo que só, que a solidão sempre foi encarada como uma imposição. Recentemente, comecei a abraça-la e acolhe-la como amiga. Até ela chegar, desfazer tudo que eu construir, bagunçar toda minha vida, e como um raio sair num rompante.
Terminei de fazer meu café. Me dei conta do contraste preto do café no branco da xícara. A casa continuou vazia, paredes cinzas, azulejo frio, dessa vezNina tomava de assalto meus pensamentos. Meu coração bate no compasso de um blues antigo, ele não se apressa.Talvez por isso que mesmo com a partida derradeira dela, ele não se apertou, vai se esquentando aos poucos em cada gole de café. Como se eu fosse saindo da chuva aos poucos, como se eu fosse se eu brincasse de adivinhação com a vida. Se você soubesse o quanto faz falta, talvez não se ausentasse mais, e muito menos viria com essas idéias de ir pra longe.
De certo, acredito que o café é um signo. É depositamos no café esperanças pra algumas coisas (cura pra uma ressaca, combustível que nos permita ficar acordado) muito se estudam acerca do café, mas de certo nesse momento, não ligo muito pra ciência. O café pra mim é o que pode me aproximar dela, mesmo distante. Ela com jeito de interior. Menina decidida sobre sua vida, com um sorriso desconcertante. Eu gosto do jeito como ela fica sem graça quando eu digo algo engraçado, faço um elogio. Ela sabe que é verdade, vira os olhos em outra direção e depois me encara. Me beija. É como se eu descobrisse em seu sorriso pequenos raios de verão.
Ela não está mais aqui. Não é mais verão. O outono anuncia esse inverno que vem, o frio que vem pra aumentar as evidências de uma casa fria, mas que seja, cada caneca de café me lembra ela. E a cada caneca um sorriso discreto nasce em mim.

=T

4 comentários:

  1. Adoreiii ^^ Vou ali tomar um Cafezinho Bjos!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. ei amigoo fases ,tou nessa tb essa fase de solidao, e sentir falta.... a melhor parte é "Ela sabe que é verdade, vira os olhos em outra direção e depois me encara. Me beija ... eu tb sou assim,qer dizer era a 5 anos atras,a 5 anos q n sei oqe é ter alguém pra me fazer um elogio ,e eu desviar o olhar sem graça e depois encarar-lo com um beijo ,ou um eu t amo, ô malvada solidao ,é sólida !

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